A carboxiterapia se trata, em suma, da aplicação de microinjeções de CO₂ nas camadas intradérmica e/ou subcutânea. O dióxido de carbono (CO₂) é um gás incolor e inodoro, identificado pela primeira vez em 1754 pelo médico e químico escocês Joseph Black.
Atualmente, os equipamentos utilizados para carboxiterapia são compostos por um sistema eletrônico acoplado a um cilindro de gás carbônico. Com isso, permite-se o controle preciso da liberação do gás, que é conduzido até uma agulha e administrado pelo profissional diretamente no tecido-alvo, de acordo com a finalidade do tratamento.
O recurso pode ser elencado com segurança e eficácia em diversas afecções faciais, corporais e capilares. É sobre as indicações da carboxiterapia que falamos no texto de hoje.
Carboxiterapia na alopecia
Os efeitos terapêuticos da carboxiterapia estão relacionados à capacidade do dióxido de carbono de induzir vasodilatação na unidade do folículo pilossebáceo. A elevação dos níveis locais de CO₂ provoca um estado de hipercapnia relativa, que é parcialmente compensado pela vasodilatação e pelo aumento do fluxo sanguíneo na região.
Assim, favorece-se a oxigenação tecidual e o aporte de nutrientes. A melhora na oxigenação também se deve ao efeito Bohr.
Carboxiterapia no rejuvenescimento e em cicatrizes hipotróficas
O mecanismo de ação da carboxiterapia está diretamente associado à sua capacidade de induzir um processo inflamatório controlado na região tratada. Essa resposta inflamatória estimula a migração de fibroblastos para o local, promovendo a síntese de colágeno e outros componentes essenciais do tecido conjuntivo, levando à reestruturação do sistema tegumentar.
Tal efeito é benéfico, principalmente, em cicatrizes atróficas, como as decorrentes de acne. É eficaz, além disso, na suavização de rugas e linhas de expressão provocadas pelo envelhecimento cutâneo.
A infusão de CO₂, aliada ao microtrauma físico gerado pela inserção da agulha, provoca uma lesão controlada. Essa lesão desencadeia uma vasodilatação periférica e ativa a microcirculação local.
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Carboxiterapia em olheiras
O aparelho de carboxiterapia é eficaz no tratamento das olheiras, especialmente quando sua origem está relacionada ao processo natural de envelhecimento facial. A perda óssea e a redução ou redistribuição dos coxins adiposos, somadas à degradação das fibras colágenas, contribuem para o aparecimento de rugas e flacidez na região orbicular dos olhos. Com isso, tem-se uma sombra projetada na área periorbital, que é a chamada hiperpigmentação por sombreamento.
Acredita-se que a infusão de CO₂ seja capaz de promover um leve descolamento da pele na região tratada, gerando um microtrauma que atua como estímulo inicial para o processo fisiológico de regeneração. Ademais, acredita-se que a carboxiterapia possa influenciar positivamente a homeostase da melanogênese, regulando a produção e a transferência de melanina para os queratinócitos.
Carboxiterapia nas estrias e na flacidez de pele
O principal benefício do recurso está na promoção de uma lesão controlada no tecido-alvo, desencadeando uma resposta inflamatória inicial que estimula a regeneração do tegumento. A partir disso, tem-se a proliferação de fibroblastos e a síntese de colágeno, elastina e outras células fundamentais.
No tratamento das estrias, a carboxiterapia apresenta outra vantagem, que é a neovascularização local (ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos), melhorando a oxigenação e nutrição tecidual e contribuindo também para a alteração da coloração das estrias.

Carboxiterapia na gordura localizada e celulite
A carboxiterapia promove um aumento significativo da vascularização no tecido adiposo, além de modular a expressão de genes relacionados à formação de vasos sanguíneos, como o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) e o FGF (fator de crescimento de fibroblastos).
Ainda, a infusão de CO₂ reduz a expressão de genes envolvidos na lipogênese, contribuindo para a hipotrofia dos adipócitos.
Embora existam evidências que confirmam os efeitos da carboxiterapia no metabolismo lipídico, ainda não se sabe se seu efeito ocorre predominantemente por meio de rotas citolíticas, não citolíticas, ou por uma combinação de ambas.
Quanto ao tratamento de celulite, estudos apontam resultados clínicos positivos relacionados à redução do tecido adiposo subcutâneo. Ademais, considera-se que o tratamento seja capaz de contribuir para a remodelação dos septos fibrosos característicos da celulite, devido à ação do CO₂ sobre a microcirculação e a perfusão tecidual.
Acredita-se, que a infusão de CO₂ seja capaz de melhorar significativamente a circulação periférica. Assim, aumenta a perfusão dos tecidos e a pressão parcial de oxigênio local por meio de vasodilatação reflexa.
Confira, no vídeo abaixo, uma demonstração prática de aplicação da técnica de carboxiterapia. O conteúdo foi retirado do livro Eletroterapia de Precisão Aplicada à Estética, já disponível para compra.