A fototerapia de baixa intensidade destaca-se como uma abordagem segura e não invasiva, capaz de promover excelentes resultados no manejo das principais alterações estéticas faciais. 

Amplamente respaldada por evidências científicas, essa técnica é recomendada em diversos protocolos estéticos, especialmente no tratamento da acne, hiperpigmentações, rosácea e envelhecimento cutâneo. É sobre essas indicações que falaremos no texto de hoje.

Mecanismos de ação e princípios físicos

A fototerapia atua por meio da modulação de processos biológicos nos tecidos, utilizando efeitos fotofísicos, fotoquímicos e fotobiológicos, todos de natureza não térmica. Isso significa que, durante sua aplicação, a temperatura tecidual não sofre elevação superior a 1 °C.

O principal parâmetro relacionado ao risco de dano térmico é a irradiância. Desse modo, mesmo em dispositivos de baixa potência, se a concentração de fótons for direcionada a uma área muito pequena, pode ocorrer aquecimento localizado e, consequentemente, lesão térmica.

A fototerapia pode ser aplicada com lasers, LEDs e clusters.

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LEDs

Os LEDs são dispositivos semicondutores sólidos que, ao serem atravessados por uma corrente elétrica, emitem luz como resultado da movimentação dos elétrons em seu interior. A luz gerada é monocromática, ou seja, composta predominantemente por um único comprimento de onda, não colimada e não coerente, pois é emitida em feixes não paralelos que se dispersam em um ângulo amplo, geralmente em torno de 120°. 

Com isso, tem-se uma distribuição mais difusa da luz.

Clusters

Os clusters são dispositivos que reúnem múltiplos emissores de luz (lasers e LEDs) integrados em uma única manopla. Assim, possibilita a ampliação da área de aplicação, tornando o procedimento mais rápido e eficiente.

Além disso, os clusters oferecem a vantagem de permitir a emissão simultânea de diferentes comprimentos de onda.

Lasers

O laser é um aparelho capaz de produzir luz coerente e monocromática, ou seja, composta por um único comprimento de onda.

A emissão do laser é colimada, permitindo, então, que a luz se propague em feixes paralelos e focados, possibilitando atingir o tecido com maior profundidade e foco.

A luz azul, quando aplicada por volta de 460-470 nm, tem efeito bactericida. Por inibir a proliferação bacteriana, a fototerapia torna-se eficaz no tratamento de afecções cuja fisiopatologia envolve a presença de bactérias. Por outro lado, a luz vermelha, aplicada por volta dos 600 nm, tem ação anti-inflamatória e é capaz de aumentar a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno. 

Fototerapia na acne

A fototerapia com luz vermelha apresenta efeito na modulação do processo inflamatório e na regeneração da pele. De acordo com estudos, a aplicação do recurso com comprimento de onda de 637 nm, em doses variando de 0,2 a 1,2 J/cm², resulta na redução dos níveis de interleucina 1 alfa (IL-1α), uma citocina pró-inflamatória, o que comprova o efeito anti-inflamatório dessa faixa de luz.

Além disso, experimentos realizados com culturas de sebócitos demonstraram que a luz vermelha a 630 nm promove uma redução na produção de sebo.

A luz azul, por sua vez, apresenta efeito bactericida, sendo eficaz contra a Cutibacterium acnes.

Parâmetros de aplicação:

Comprimento de onda: 410 a 470 nm
Exposição radiante: 2 a 96 J/cm²
Energia: 5 a 12 J/ponto

Comprimento de onda: 580 nm a 680 nm
Exposição radiante: 5 a 58 J/cm²
Energia: 2 a 6 J/ponto

Fototerapia na rosácea

Em suma, estudos sugerem que os efeitos terapêuticos da fototerapia na rosácea estão associados à sua capacidade de modular negativamente a expressão gênica e reduzir a atividade de KLKs.

Tendo em vista o caráter inflamatório da condição, a fototerapia atua diminuindo a inflamação.

Parâmetro de aplicação:

Comprimento de onda: 580 a 850 nm
Exposição radiante: 23 a 48 J/cm²
Energia: 6 a 15 J/ponto

Fototerapia no melasma

Estudos indicam que a fototerapia pode exercer efeitos significativos sobre a melanogênese, especialmente na redução do conteúdo de melanina e na inibição da maturação dos melanossomas e da atividade da enzima tirosinase. 

Esses resultados foram observados com o uso de comprimentos de onda nas faixas da luz vermelha. Precisamos, no entanto, de mais evidências científicas capazes de sustentar a aplicação.

Parâmetro de aplicação:

Comprimento de onda: 580 a 680 nm
Exposição radiante: 20 J/cm²
Energia: 6 a 15 J/ponto

Fototerapia no rejuvenescimento

A luz vermelha é capaz de aumentar a microcirculação sanguínea e a perfusão vascular na pele. A partir disso, promove maior oxigenação e nutrição celular. Além disso, atua na modulação de fatores de crescimento como o PDGF e o TGF-β1, contribuindo para a inibição da apoptose e, consequentemente, para o estímulo à proliferação de fibroblastos e aumento da síntese de colágeno.

Por outro lado, é fundamental ter cautela com o uso da luz azul quando o objetivo é rejuvenescimento. Estudos indicam que a aplicação da fototerapia na faixa de 460 a 470 nm, dependendo da dosimetria utilizada, pode levar à inibição da atividade dos fibroblastos e à redução da produção de colágeno.

Parâmetro de aplicação:

Comprimento de onda: 580 a 680 nm
Exposição radiante: 6 a 20 J/cm²
Energia: 2 a 6 J/ponto

O conteúdo foi retirado do livro Eletroterapia de Precisão Aplicada à Estética, que será lançado no dia 23 de abril de 2025. Clique aqui para se cadastrar e não perder o pré-lançamento!

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