A hipercromia cutânea, conhecida como melasma, é uma das principais queixas em clínicas de Estética quando o assunto é afecções faciais.

Apesar de complexo, o manejo da hiperpigmentação já está bem documentado na literatura científica. Trago, neste post, 3 dicas de tratamento de melasma.

Fisiopatologia do melasma

Em suma, a alteração trata-se de um distúrbio hipermelanótico que se agrava com a exposição à luz. Caracteriza-se pelo surgimento de manchas escuras e assintomáticas, distribuídas simetricamente no rosto. 

A fisiopatologia do melasma envolve uma interação entre fatores hormonais, como, por exemplo, gravidez, uso de contraceptivos orais ou terapia hormonal, e predisposição genética e radiação solar. A exposição aos raios UVA de onda longa (370 a 400 nm) e à luz visível, especialmente a de alta energia (400 a 450 nm), desempenha um papel essencial no desenvolvimento da alteração.

Além disso, compreender a melanogênese é essencial para um manejo eficaz do melasma. Basicamente, os melanócitos, localizados na camada basal da epiderme, contêm melanossomas, que são organelas responsáveis pela síntese e armazenamento da melanina.

Durante o processo de melanogênese, os melanócitos estendem seus prolongamentos para transferir os melanossomas aos queratinócitos, garantindo a distribuição da melanina na epiderme e influenciando diretamente a pigmentação da pele.

Imagem retirada do livro “Eletroterapia de Precisão Aplicada à Estética”

LEIA TAMBÉM: 4 indicações da ozonioterapia

Microdermoabrasão para tratamento de melasma

Estudos apontam que a microdermoabrasão contribui para uma melhor distribuição dos melanossomas na epiderme e reduz a melanização dessa camada. Sabe-se, porém, que melhores resultados clínicos são vistos quando a afecção está associada ao envelhecimento cutâneo.

No tratamento do melasma, a microdermoabrasão auxilia na remoção da camada mais superficial do estrato córneo já pigmentado, atuando na terceira via da melanogênese. No entanto, seu principal benefício está na potencialização da permeação transdérmica de ativos despigmentantes. 

Para isso, deve-se aplicar o recurso de modo a não promover um processo inflamatório:

  • No máximo -200 mmHg
  • 2 passadas leves

Peelings químicos no manejo do melasma

Para um tratamento eficaz da afecção, é essencial que o profissional da Estética atue em todas as etapas da melanogênese: antes, durante e após a produção de melanina.

Os ácidos são os principais aliados na prática clínica quando o assunto é hiperpigmentação. Pensando nisso, trago, como sugestões de tratamento:

  • Antes da síntese de melanina: Tretinoína e o tranexâmico
  • Durante a síntese de melanina: Azelaico, kójico, arbutin, ascórbico e niacinamida
  • Depois da síntese de melanina: Glicólico, kójico, arbutin, ascórbico e niacinamida

Luz intensa pulsada na hiperpigmentação

O mecanismo de ação da luz intensa pulsada se baseia no princípio da fototermólise seletiva, promovendo o aquecimento controlado dos melanossomas para fragmentação do pigmento e posterior eliminação pelo organismo.

O recurso opera em uma faixa de comprimento de onda entre 540 e 615 nm, permitindo, assim, a atuação tanto na epiderme quanto em lesões pigmentadas de diferentes profundidades. Porém, a eficácia da técnica é geralmente maior no melasma epidérmico, uma vez que o pigmento tem localização mais superficial.

Quanto à aplicação, os pulsos únicos são mais longos, enquanto nos pulsos duplos o tempo de pulso é menor. A escolha do intervalo entre os pulsos deve levar em conta o fototipo do paciente (fototipos mais altos requerem intervalos maiores).

Um conteúdo completo sobre eletroterapia aplicada ao tratamento de melasma poderá ser conferido no livro Eletroterapia de Precisão Aplicada à Estética, que será lançado ainda em 2025.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here