O dia 11 de outubro é considerado o dia mundial do combate à obesidade, e o Brasil está entre os países com o maior número de casos. O cenário é preocupante, atingindo 20% das pessoas adultas no país, o que representa cerca de 40 milhões de pessoas! Ou seja: a cada cinco pessoas, uma é obesa. Por isso, nada mais justo do que falar um pouco sobre a obesidade e o que nós, da Estética, podemos fazer a respeito! Neste post, quero comentar assuntos importantes, como por exemplo:
- Cenário brasileiro de obesidade
- Como chegamos a este ponto?
- Como a Estética pode ajudar a mudar este cenário?
- O que a ciência diz?
- Responsabilidades do profissional de Estética
Leia este texto até o final e, principalmente, compartilhe com seus colegas profissionais e também pacientes! Se queremos colher frutos, é preciso alertar e conscientizar!
Cenário brasileiro: obesidade cresce 60% em dez anos e Brasil está entre os 5 países mais obesos do mundo
A obesidade, resultante de falta de exercícios físicos e de uma dieta hipercalórica, é considerada atualmente uma epidemia mundial com sérias consequências sociais. Com o passar dos anos, assistimos a um aumento crescente da obesidade, sendo estimado um cenário em 2025 onde 18% dos homens adultos e mais do que 21% das mulheres adultas serão obesos.
Essas doenças metabólicas se encontram intimamente relacionadas não só a mudanças dos hábitos alimentares e à arquitetura do organismo, mas também às restrições evolutivas impostas pela seleção natural ao longo da história. As pressões seletivas acabam selecionando fenótipos que garantem a sobrevivência em situações de deficiências, como é o caso da fome e da hipoglicemia.
Mas, embora esses recursos ofereçam vantagem seletiva em um contexto em que a oferta é limitada (escassez de recursos), no momento em que estas pressões são retiradas, esse conjunto de características selecionadas com foco no armazenamento de energia acaba desencadeando obesidade e outras doenças metabólicas relacionadas, como a diabete, responsável por mais de 20 fatores relacionados, o infarto e, inclusive, mais chances de desenvolver câncer. Mas como chegamos a esse ponto?
Por que a obesidade disparou no Brasil nos últimos anos?
Entre 2006 e 2016, o número de brasileiros obesos cresceu 60%, segundo o Ministério da Saúde. Especialistas acreditam que esse aumento expressivo tenha se dado devido a fatores econômicos, culturais, genéticos e hormonais.
A mudança de hábitos alimentares com dietas hipercalóricas, o pouco tempo destinado à alimentação e ao descanso, com noites mal dormidas, o aumento das horas de trabalho e consequente falta de tempo para praticar exercícios são alguns dos fatores relacionados.
O alto índice de obesos entre as faixas etárias entre os 25 e 44 anos demonstram essa realidade.
Como a Estética pode ajudar a mudar este cenário?
A conscientização da população em relação a hábitos mais saudáveis, juntamente com tendências de uma melhora no padrão de beleza físico, criou uma grande procura por tratamentos de redução de gordura localizada que, além de acessíveis e efetivos, também sejam seguros e exijam um curto período de repouso ou inatividade.
Em vista destas exigências do mercado, é estimado um crescimento anual de 21% na procura por procedimentos estéticos não invasivos, uma vez que eles estabelecem uma alternativa mais barata e segura, aliada a um tempo de recuperação reduzido.
Em 2013 os Estados Unidos alcançaram números surpreendentes de procedimentos não cirúrgicos, tanto na redução de gordura localizada (95 mil procedimentos), quanto no combate à flacidez (294 mil). De fato, os tratamentos não invasivos estão atuando de uma forma mais abrangente na remoção da gordura, incluindo a modelagem corporal, diminuição da flacidez e suavização de marcas de expressão.
Atualmente, há uma grande dificuldade do profissional em se manter atualizado devido ao surgimento massivo de novos tratamentos e formulações no mercado estético.
O mercado da Estética cresce assim como o número de indivíduos acima do peso. Pesquisas mostram que nos últimos anos aumentou em 500% número de profissionais na área. E, obviamente, há uma intersecção entre essas duas variáveis. Profissionais da Estética têm trabalhado de forma interdisciplinar para vencer tal epidemia. Técnicas manuais são bem-vindas como, por exemplo, drenagem linfática manual para diminuir edema comum em indivíduos obesos, assim como recursos de eletroterapia como a plataforma vibratória podem auxiliar aumentando o gasto energético e modulando hormônios interessantes (hormônio do crescimento, testosterona e cortisol), que visam diminuir o acúmulo de gordura.
Contudo, existem problemas e riscos nesta interseção entre profissionais da Estética e obesos.
O que a ciência diz?
Boa parte dos tratamentos para gordura localizada têm contraindicação absoluta para pacientes obesos… E isso não é divulgado como deveria!
Vou explicar melhor e mostrar artigos científicos. O ponto-chave é que esses aparelhos, principalmente os de ondas sonoras (ultrassom, terapia combinada e ultracavitação), têm a capacidade de estimular de forma acentuada a saída de ácido graxo e glicerol de dentro dos adipócitos, o que é ótimo para o tratamento de gordura corporal. Porém, isso é muito perigoso para indivíduos obesos, que convencionalmente já têm uma alta taxa de perfil lipídico!

O link para o artigo da imagem acima você encontra aqui.
Dentro deste contexto, o que poderia acontecer se aplicássemos um recurso de eletroterapia que estimula de forma acentuada a saída de gordura do adipócito em indivíduos que já têm um perfil lipídico alterado?
Artigo publicado em uma revista nacional mostra esses riscos a partir de pesquisa em animais. As ondas sonoras são capazes de alterar pressão arterial, frequência cardíaca, colesterol total, triglicerídeos, glicose e pressão coronariana.
O link para o artigo acima você confere aqui.
Responsabilidades do profissional de Estética
É importante ressaltar que a obesidade é um problema de saúde pública, e o sucesso do tratamento depende de uma intervenção interdisciplinar da área da saúde!
Imagem: PUC-Campinas.
Como profissionais da saúde, temos o dever não só de tratar, mas também de prevenir. Sabe por que conscientizar sobre essa epidemia é tão importante? O relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) de 2017 revela que o crescimento da obesidade entre crianças vem aumentando, estando atualmente em 15%! Além disso, o mesmo relatório revela que mais da metade da população no país está com sobrepeso, último nível antes da obesidade.
O profissional da Estética pode alavancar os resultados clínicos, desde que tenha formação e, consequentemente, capacidade de avaliar e tratar corretamente, não causando ao paciente risco de vida.