A área da Estética de pré e pós-operatório cresceu a passos largos junto com a chegada do Brasil ao topo mundial de cirurgias plásticas. Dominar as técnicas para preparar o paciente que vai se submeter a uma cirurgia plástica e, posteriormente, tornar a sua recuperação mais rápida e eficaz, são conhecimentos fundamentais para ter resultados em pré e pós-operatório.
No artigo abaixo vamos entender:
- As funções de uma cirurgia plástica
- Uma breve história da lipoaspiração
- O que devemos analisar no PRÉ-operatório
- O que devemos analisar no PÓS-operatório
- Cirurgia plástica no Brasil e suas duas funções
- Principais técnicas utilizadas e comprovadas para pré e pós-operatório
- BÔNUS: dois protocolos para pós-operatório tardio
1. Cirurgia plástica e suas duas funções
A cirurgia é o ramo da Medicina especializada no tratamento de deformidades, lesões ou doenças realizadas por meio de operações. Dentre as possibilidades cirúrgicas, encontra-se então a cirurgia plástica, que tem por finalidade a reconstituição de estruturas corporais. A cirurgia plástica é dividida em cirurgia reparadora e cirurgia estética. Entenda:
Cirurgia reparadora
Tem a finalidade de recuperar a função e restaurar a forma ocasionada por alguma enfermidade, traumatismo ou defeito congênito.
Cirurgia estética
Tem como objetivo o embelezamento pela melhora da forma corporal.
2. Resumindo a lipoaspiração e sua história
A lipoaspiração ou lipossucção é a remoção cirúrgica de gordura subcutânea através de cânulas envolvidas em uma pressão negativa. Em 1975, Georgio e Arpad Fischer foram os primeiros pesquisadores a descrever a remoção de gordura através de cânulas inseridas por pequenas incisões. Eles inventaram uma máquina de sucção de gordura e se utilizaram de agulhas ocas com o paciente sob anestesia geral. Posteriormente, um cirurgião parisiense chamado Yves-Gerard Illouz elucidou uma nova técnica do mesmo procedimento e a denominou “técnica de molhado”. Para facilitar a aspiração do tecido adiposo e reduzir a perda de sangue, ele incutiu uma solução fisiológica salina misturada com hialuronidase na operação local.
Já em 1987, um dermatologista da Califórnia chamado Jeffrey Klein descreveu pela primeira vez a técnica intumescida (tumescere = para inchar), uma combinação da técnica molhada e um processo de anestesia local. Ele incutiu um alto volume de soro fisiológico com adição de solução anestésica lidocaína. Sua ideia revolucionou a lipoaspiração tumescente, minimizado os riscos cirúrgicos e anestésicos, e este virou um procedimento ambulatório.
Atualmente a lipoaspiração corresponde a uma técnica simples, rápida, pouco dispendiosa e, quando bem indicada, isto é, em adultos saudáveis com gordura localizada, apresenta excelentes resultados. Estudos sugerem que os locais corpóreos lipoaspirados são: abdômen, região trocantérica (culote), flanco, região submentoniana, região interna da coxa, axilas, região interna do joelho, dorso e braço.
O que devemos analisar no pré-operatório?
No pré-operatório o terapeuta deverá analisar os diversos aspectos relativos à disfunção estética que o processo cirúrgico irá atuar, bem como os aspectos inerentes ao pós-operatório de cada paciente. Dentre estas, podemos citar força muscular, condições circulatórias e de integridade cutânea.
O que devemos analisar no pós-operatório?
O planejamento do pós-operatório é amplamente variável e depende das características apresentadas na avaliação, análise do trofismo cutâneo e muscular, do edema, da cicatriz, da dor e sensibilidade, do tipo de cirurgia realizada e do tempo de pós-operatório. Sendo assim, é importante ter conhecimento sobre a cirurgia, identificação do tipo e a profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da patologia, o estágio da cicatrização, reconhecimento de quaisquer contraindicações ao uso das modalidades de tratamentos.
É importante frisar que o pós-operatório é fundamental na prevenção da formação das aderências, principal fator agravante no pós-operatório, pois estas aderências impedem o fluxo normal de sangue e linfa, aumentando ainda mais o quadro edematoso e retardando a recuperação. O pré-operatório é tão importante quanto o pós.
Sugestão de protocolo no pré-operatório de lipoaspiração:
Drenagem linfática manual
- Descongestionar vias linfáticas;
- Evitar edema;
- Manter ou implementar circulação sanguínea e linfática.
Ultrassom
- Facilitar a Lipoaspiração Médica
Pós-operatório na prática
No período que sucede o processo cirúrgico, pode-se realizar uma grande variedade de técnicas de tratamento e o que guiará o profissional responsável será a avaliação no paciente. Abaixo descrevo um protocolo de tratamento levando em consideração que não houve nenhuma intercorrência durante o processo cirúrgico.
Esses recursos podem ser utilizados durante o período inflamatório e cicatricial
Drenagem linfática manual
O tratamento inicia-se na fase aguda, pois a drenagem linfática é um recurso para tratar as consequências das alterações vasculares características da fase inicial (edema). Porém, devemos levar em conta que a cicatrização ainda está recente, e a aplicação da técnica deve ser o mais suave possível, evitando deslizamentos e trações no tecido em cicatrização.
A drenagem não oferece risco algum para o paciente em pós-operatório de cirurgias plásticas, somente se for mal aplicada, empregando muita força, rapidez excessiva, ou direção errada.
Ultrassom
O efeito benéfico do ultrassom tem sido demonstrado sobre diversos tecidos, inclusive no sistema tegumentar, destacando-se o aumento da angiogênese do tecido de granulação, do número de fibroblastos e da síntese de colágeno, e a diminuição de leucócitos e macrófagos, dentre outros.
Sugestão de parâmetros
Pulsado: 5% na fase inflamatória, 10% e 20% nas fases de cicatrização
Dose: 1,5 W/cm2
Laser de baixa intensidade
A luz do laser interage a nível biomolecular, por meio dos processos bioelétricos, bioenergéticos e bioquímicos celulares. O mecanismo de ação decorre da biomodulação do processo inflamatório, já que interfere com os mediadores químicos, inibindo a síntese das prostaglandinas, promovendo a estimulação dos fibroblastos na reparação tecidual da lesão cirúrgica.
Sugestão de parâmetros
Canetas: 904 ou 880 nm
Dose: quatro joules
Protocolos para pós-operatório tardio
Essa sugestão de protocolo é para períodos tardios, nos quais já se instalou fibrose e aderência no local onde foi feita a lipoaspiração.
Minha sugestão para o tratamento está relacionada à associação de uma técnica que facilite a maleabilidade das fibras de colágeno com outra que promova o realinhamento dessas fibras.
Pós-operatório tardio – Protocolo 1
ULTRASSOM CONTÍNUO + TERAPIA MANUAL
Pós-operatório tardio – Protocolo 2
RADIOFREQUÊNCIA (máximo 37º) + VÁCUO TERAPIA
O objetivo de ambos os protocolos é o mesmo:
Os protocolos têm a capacidade a partir do aquecimento produzido pela radiofrequência ou pelo ultrassom e posterior aplicação de vácuo ou terapia manual, realização de um realinhamento das fibras de colágeno, e melhora das propriedades mecânicas do tecido.
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