É comum que o vapor de ozônio seja vendido como uma técnica primordial e indispensável em tratamentos de limpeza de pele. 

No entanto, as evidências científicas e o entendimento da fisiopatologia das afecções estéticas faciais apontam o contrário. Entenda mais sobre o assunto no texto de hoje.

O que é o vapor de ozônio?

O equipamento, em síntese, apresenta um reservatório para a sua evaporação por meio de uma resistência calefatora. O vapor do recurso é obtido quando a água do recipiente atinge o ponto de ebulição e serve de suporte para o gás ozônio. 

Ainda, o O2 presente no ar é submetido a uma carga elétrica elevada e dissocia a molécula (O – O). Com isso, acredita-se que as moléculas reorganizem-se e formem o ozônio incorporado ao vapor.

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Indica-se o vapor de ozônio na limpeza de pele?

Tem-se que o recurso apresenta efeitos fungicidas e bactericidas, além de promover emoliência. Tais efeitos, portanto, seriam eficazes no procedimento de limpeza de pele.

Podemos utilizar o vapor de ozônio quando buscamos um emoliente para a extração. Por outro lado, há poucos estudos científicos que comprovem os possíveis efeitos bactericidas da técnica.

Além disso, em grande parte dos tratamentos de limpeza de pele, os pacientes apresentam acne e/ou hiperpigmentação. Deve-se ter em mente que recursos que promovem calor e levam à vasodilatação — como o citado — levam à piora do quadro clínico. Na acne (com exceção da acne grau I), como há um processo inflamatório envolvido na patogênese, contraindica-se, portanto, o uso da técnica.

Na hiperpigmentação, o calor é um dos gatilhos para o aumento da atividade dos melanócitos e, consequentemente, a produção excessiva de melanina. 

As pesquisas ainda indicam que, tecnicamente, o equipamento não tem a capacidade de produzir ozônio. Na verdade, é provável que o recurso emita água oxigenada. 

Afinal, o ozônio (O3) não é uma molécula estável, então, quando sai no vapor, dá origem a O2 e a O. A água que sai do vapor trata-se de H2O. Portanto, o O3, dividindo-se em busca da estabilidade, deixa um O livre; esse O forma o H2O2, isto é, o peróxido de hidrogênio.

Com isso, forma-se água oxigenada.

Alta frequência: uma alternativa ao vapor de ozônio

Para promover o efeito bactericida e antisséptico, a alta frequência é uma alternativa ao vapor de ozônio bem consolidada pela Ciência. Por isso, em afecções estéticas faciais que têm infiltrado inflamatório e fungos envolvidos na patogênese, é indicado optar por esse recurso. Outra opção excelente é a fototerapia azul.

Ademais, já temos ótimos emolientes disponíveis para serem utilizados na limpeza de pele pré-extração, em especial aqueles com base em creme e pH 9,0. 

Considerando os riscos de intercorrência e o baixo nível de evidência científica, sugere-se substituir o vapor de ozônio por técnicas que apresentam maior eficácia e garantem segurança clínica.

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