Definido como um recurso de ondas sonoras que tem a frequência de aplicação como maior determinante dos efeitos promovidos no organismo, o ultrassom tem ampla eficácia e respaldo científico na estética corporal.

Porém, uma prática clínica segura exige pleno entendimento acerca do aparelho de eletroterapia elencado. Por isso, reuni as 7 principais dúvidas que recebo sobre o ultrassom, para garantir o sucesso na entrega de resultados clínicos.

Qual a diferença entre os aparelhos de ultrassom?

De modo geral, existem 4 tipos de aparelhos de ultrassom que podem ser elencados na Estética: ultrassom convencional, ultracavitação, ultrassom focalizado e terapia combinada.

Ultrassom convencional

Como característica, esse tipo de ultrassom apresenta vibrações longitudinais que geram gradientes de pressão em diferentes interfaces teciduais.

Logo, as pressões distintas levam a alterações fisiológicas importantes para o tratamento de afecções estéticas, como aumento no metabolismo celular, incremento no fluxo sanguíneo, alteração da permeabilidade celular, entre outros.

Ultracavitação

O seu funcionamento é semelhante ao do ultrassom convencional. No entanto, a ultracavitação apresenta frequências entre 28 e 80 kHz; logo, têm a capacidade de se relacionar diretamente com o tecido adiposo a partir do fenômeno da ressonância.

Ultrassom focalizado

Também apresenta ação semelhante ao ultrassom convencional; porém, acumula energia em um foco menor. Como consequência, a temperatura aumenta significativamente a ponto de gerar uma necrose coagulativa no tecido adiposo.

Terapia combinada

Aqui, temos o ultrassom associado a correntes elétricas: aliado aos efeitos do aparelho de ondas sonoras, tem-se um estímulo do sistema linfático, reduzindo o excesso de líquido local.

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Em quais parâmetros precisamos estar atentos ao aplicar o ultrassom?

Elencar os parâmetros corretos tem a capacidade de definir as respostas fisiológicas e, consequentemente, a eficácia do tratamento. Basicamente, é preciso estar atento a:

  • Frequência: Trata-se do princípio que determina a profundidade de penetração da onda no corpo, atuando de forma inversamente proporcional: quanto menor for a frequência, maior será a profundidade alcançada pelo aparelho. Logo, a radiofrequência de 1 MHz é mais profunda do que a de 3 MHz.
  • Intensidade: Dada em W/cm², esse parâmetro deve ser definido de acordo com a finalidade de aplicação do ultrassom; afinal de contas, a dose deve atingir o tecido-alvo, sempre levando em consideração a atenuação da onda no tegumento.

É indicado aplicar o recurso na face?

A literatura científica aponta que as ondas sonoras têm a capacidade de estimular a proliferação de células ósseas quando aplicadas onde há o risco de atingir estrutura óssea.

Então, considero arriscado elencar o recurso na face e, portanto, não sugiro o seu uso na estética facial, especialmente quando tratamos de frequências inferiores a 5 MHz.

Como parametrizar US para celulite?

Seguindo a teoria da inflamação reincidente, a celulite pode ser dividida em dois tipos: inflamatória ou fibrótica. Tendo em vista suas diferentes apresentações clínicas, o aparelho de ultrassom deve seguir parâmetros específicos para cada caso.

  • Celulite inflamatória: Edema e hipertrofia do tecido adiposo fazem parte da fisiopatologia desse tipo de celulite. Portanto, é indicado elencar o ultrassom no modo pulsado e a 5%, sem ultrapassar a intensidade de 1,5 W/cm² e com frequência de pulso de 32 Hz.
  • Celulite fibrótica: Apresenta diminuição de vascularização e produção excessiva de tecido. Aqui, sugiro que o ultrassom seja aplicado no modo contínuo e em, no máximo, 1,5 W/cm².

O ultrassom é indicado para todos os perfis de paciente?

Mesmo que as ondas sonoras sejam muito eficazes em tratamentos estéticos, já sabe-se que são capazes de aumentar os níveis de norepinefrina, resultando no estímulo da lipólise (saída de ácido graxo e glicerol de dentro do adipócito). 

Como resultado, tem-se um aumento de triglicerídeos, colesterol e diversos marcadores fisiológicos. Tendo isso em vista, o uso do ultrassom em pacientes com alteração no perfil lipídico é arriscado; afinal, aumenta-se a chance de promover doenças cardiovasculares.

Por isso, antes de elencar esse recurso na prática clínica, indico que você solicite um exame bioquímico.

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É normal o ultrassom aquecer?

De modo geral, um leve aquecimento é normal durante a aplicação do ultrassom. Porém, é preciso estar atento à calibração do aparelho e à dosagem elencada (evitando sempre a superdosagem).

Além disso, deve-se aplicar em movimentos constantes e com grande quantidade de gel entre o cabeçote e o tegumento.

Como potencializar a entrega de resultados com ultrassom?

O ultrassom é um recurso versátil e com eficácia garantida pela literatura, principalmente em afecções na área corporal, como gordura e celulite. Porém, os resultados do tratamento podem ser potencializados por meio da fonoforese

Sabe-se que a corrente acústica tem a capacidade de direcionar o ativo ao tecido-alvo. Substituindo o gel puro (necessário na aplicação para que a onda se propague) por um gel com princípio ativo, aumenta-se a permeação transdérmica de ativos, resultando em uma maior entrega de resultados. 

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