Para cada afecção estética, existe um vasto número de técnicas que prometem resolver o quadro milagrosamente. 

Diante disso, é tarefa do profissional que trabalha em alta performance diferenciar os recursos pautados por evidências científicas daqueles que têm um excelente marketing, mas não entregam resultados eficazes.

Por isso, trago, neste post, as 7 técnicas que merecem a sua atenção antes de serem elencadas na prática clínica.

Manta térmica no tratamento de gordura

Apesar do aumento de temperatura que a manta térmica promove, não há comprovação científica de que o recurso resulta em lipólise, necrose ou apoptose, vias de mobilização que são essenciais para o sucesso do tratamento de gordura. 

Não há, também, comprovação do aumento de permeação transdérmica de ativos com o uso dessa técnica; pelo contrário: o calor excessivo pode degradar as formulações cosméticas, comprometendo a função do princípio ativo.

Cosméticos com cor e odor

Ao escolher um cosmético para uso doméstico, é comum que o paciente prefira aqueles com odores agradáveis e cores bonitas. Mas, ao elencar o plano de tratamento, o profissional da Estética precisa raciocinar de forma clínica.

Os aditivos de cor e odor são altamente alergênicos, e o seu uso pode levar à acne cosmética, que costuma ocorrer especialmente em limpezas de pele devido à remoção da barreira hidrolipídica, ou a alergias e dermatites.

Correntes excitomotoras na face

Quando iniciei na área da Estética, era comum aplicar correntes excitomotoras na face a fim de promover hipertrofia muscular. No entanto, já sabe-se que esse recurso tem efeito contrário ao da toxina botulínica: ao contraírem a musculatura, as correntes acentuam as linhas de expressão.

É claro que, em casos de paralisia facial, esse equipamento é eficaz. Porém, para fins estéticos, indico evitar o seu uso.

Radiofrequência monopolar na estética facial

Neste caso, o aspecto de envelhecimento também é favorecido. Afinal, as frequências baixas de aparelhos monopolares atingem o tecido adiposo, removendo gordura, a qual, por sua vez, se trata de um tecido de sustentação.

Assim que a gordura é removida da face, tem-se a flacidez da região. Então, caso o objetivo não seja retirar o tecido adiposo, não é uma boa ideia aplicar a radiofrequência monopolar ou em frequências baixas.

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Vapor de ozônio na limpeza de pele

Grande parte dos pacientes em que fazemos limpeza de pele apresentam acne, afecção que costuma ter um quadro inflamatório associado. Recursos que promovem calor, como o vapor de ozônio, causam vasodilatação; essa, por sua vez, tem a capacidade de aumentar o processo inflamatório. 

Ainda, não existem evidências científicas suficientes que comprovem o efeito bactericida do vapor de ozônio. Alta frequência e fototerapia azul, por outro lado, conseguem atuar na bactéria da acne. Além disso, o calor aumenta o processo de melanogênese; por isso, na limpeza de pele em pacientes que têm hiperpigmentação, esse recurso também não é indicado.

Para facilitar a extração de acne, pode-se utilizar um emoliente com base em creme e pH 9,0.

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Máscara de LED (luz azul)

A luz azul, quando aplicada em comprimentos de onda de 400-470 nm e em doses específicas, tem potente efeito bactericida, sendo eficaz em tratamentos de acne.

O problema das máscaras de LED é, justamente, a falta de informação acerca do comprimento de onda. E quando desconhecemos os parâmetros do recurso, não há como integrá-lo a um plano de tratamento de forma segura. Além disso, dependendo da dose, a luz azul pode diminuir a proliferação de fibroblastos, acelerando o envelhecimento.

Argila para a face

De acordo com pesquisas, algumas marcas e tipos de argila não apontam os oligoelementos da substância. Assim, é possível que esse número esteja acima do considerado seguro para a pele humana, uma vez que a extração da argila não costuma seguir um padrão.

Então, quando retiramos a barreira hidrolipídica em tratamentos faciais, o tecido fica desprotegido, aumentando a probabilidade de alergia. Embora haja muitos relatos favoráveis acerca do uso da argila, o profissional da Estética precisa considerar os riscos inerentes ao seu uso.

Conclusão

Tendo em vista a constante criação de recursos milagrosos e o conflito de interesse presente na Estética, é preciso ter senso crítico e atribuir a Ciência como norte da prática clínica para garantir uma conduta profissional segura e autêntica.

Porém, precisamos lembrar que o conhecimento é um conjunto de verdades provisórias. Assim, é importante estarmos sempre atualizados acerca de novas evidências, a partir das quais iremos fortalecer ou reconsiderar escolhas clínicas.

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