Quando o propósito é promover a saúde da pele e melhorar as suas condições estéticas, o uso da cosmetologia é sempre bem-vindo.
Porém, uma prática clínica capaz de garantir segurança e eficácia exige entendimento acerca de como potencializar a entrega de resultados e, ainda, diminuir os riscos de intercorrências.
Foi pensando nisso que separei alguns pontos que merecem um olhar atento do profissional que busca trabalhar com o mundo da cosmetologia.
Atente ao pH do peeling
Definidos como um procedimento que consiste na aplicação de ácidos químicos sobre a pele com o intuito de promover respostas fisiológicas, os peelings são muito procurados para o tratamento de diversas afecções estéticas.
No entanto, é preciso estar atento a uma variável que apresenta grande potencial de gerar intercorrências: o pH do agente químico.
Afinal de contas, pHs muito baixos, quando aplicados em peles sensíveis, com pouca resistência ou em determinados fototipos, aumentam consideravelmente o risco de queimaduras.
Para evitar efeitos adversos, garanta uma correta avaliação do tipo de pele por meio do questionário de Baumann e do protocolo de Fitzpatrick. Além disso, durante o processo de anamnese, é fundamental verificar quais são os hábitos e o estilo de vida do paciente, uma vez que essas variáveis definem os ativos que podem ser utilizados com segurança.
Opte pelo veículo correto
O veículo, na cosmetologia, refere-se ao ingrediente que objetiva transportar, favorecer ou atenuar os efeitos do princípio ativo, apresentando-se nas formas de creme, gel-creme, gel, sérum, entre outras.
A importância de optar pelo veículo correto dos cosméticos está no fato de que determinados tipos de pele exigem consistências específicas. Para peles oleosas, por exemplo, indica-se optar por veículos mais fluidos — como o gel — para evitar aumento da oleosidade.
Nesse caso, aplicar o questionário de Baumann para definir o tipo de pele do paciente é essencial. Muitos casos de não adesão ao home care decorrem desse erro de prescrição, pois notando a incompatibilidade do produto com a própria pele, o paciente desiste de seguir as orientações e, por consequência, tende a interromper o acompanhamento profissional.
Aposte na fonoforese
O ultrassom é um dos recursos mais eficazes para tratamentos corporais. No entanto, é possível potencializar ainda mais a entrega de resultados com esse equipamento através da fonoforese.
Trata-se, basicamente, de substituir o gel puro utilizado na aplicação por um gel com princípios ativos indicados para a afecção de tratamento. Mas por que optar pela fonoforese? Basicamente, a corrente acústica é capaz de direcionar o ativo ao tecido-alvo e, por isso, tem-se um aumento da permeação transdérmica de ativos, potencializando os efeitos do tratamento.
Ressalto que a porcentagem de cada ativo na formulação define os efeitos do cosmético; quando muito baixa, não entrega os resultados esperados e, se muito alta, pode gerar intercorrências. Por isso, a formulação não deve ser manipulada em clínica: as farmácias de manipulação são o ambiente ideal para que esse processo seja feito da maneira correta.
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Microagulhamento e microdermoabrasão: ativos para entregar mais resultados
Recursos como microagulhamento e microdermoabrasão, para gerarem os efeitos esperados no tegumento, promovem a remoção de parte do estrato córneo. A partir disso, facilita-se a permeação transdérmica de ativos, trazendo maior eficácia ao tratamento.
Com base nisso, trago algumas sugestões de formulações que podem ser elencadas pós-peeling físico em estrias, cicatrizes hipotróficas, flacidez e para o rejuvenescimento, pois seus componentes têm propriedades benéficas para cada uma dessas afecções:
EGF 1%
bFGF 1%
TGF 1%
Hidroxiprolisilane C 6%
Aplicar logo após o procedimento
Vitamina C 17%
Aplicar logo após o procedimento
Nanotecnologia: o que é e por que apostar nela?
Sabendo que muitos cosméticos não têm a capacidade de atingir camadas mais profundas da pele, criou-se a nanotecnologia. Nela, o tamanho das partículas é reduzido na escala nanométrica; assim, os ativos alcançam maiores profundidades na pele. Além disso, as nanoestruturas protegem aqueles ativos que sofrem degradação.
Portanto, trata-se de uma forma de garantir a liberação do ativo no sítio-alvo em escala reduzida, em uma quantidade específica e com maior permeabilidade.
E por que apostar na nanotecnologia? Porque é capaz de proteger o ativo de degradações, trazer maior segurança e estabilidade à formulação e diminuir a possibilidade de efeitos colaterais.
Isso não significa que os cosméticos convencionais estão obsoletos, apenas é importante acompanharmos a evolução das opções disponíveis para termos os melhores resultados.