O uso do fenômeno acústico das ondas de choque iniciou, na Medicina, na década de 70, tornando-se uma alternativa para o tratamento de cálculos renais, vesículas biliares e salivares. Na década de 80, iniciou-se a sua aplicação na área da ortopedia.

Na Estética, o recurso é elencado com segurança e eficácia em tratamentos de gordura localizada, celulite e flacidez tissular. É sobre o seu uso para manejo de celulite que vamos falar no post de hoje.

Princípios físicos das ondas de choque

Em suma, as ondas de choque se tratam de perturbações que se propagam a uma velocidade superior à do meio em que se deslocam. À medida que penetra no tecido, a onda pode ser dissipada e refletida para que a energia cinética seja absorvida conforme os tecidos circundantes.

Atualmente, para fins terapêuticos, existem quatro tipos de geradores de ondas de choque:

  • Eletro-hidráulico;
  • Piezoelétrico;
  • Eletromagnético;
  • Pneumático.

Em síntese, os geradores eletromagnético e pneumático são os mais utilizados em reabilitação e Estética. 

O gerador eletromagnético contém duas bobinas internas que, ao serem percorridas por eletricidade, geram um campo magnético. Esse campo impulsiona um projétil dentro do aplicador, fazendo com que ele se mova rapidamente e colida com a ponta do dispositivo. No momento do impacto, a energia do projétil é transferida para a ponta do aplicador, que, então, transmite essa energia na forma de ondas mecânicas para a região a ser tratada.

Por outro lado, no gerador pneumático, a pressão gerada pelo ar comprimido impulsiona o projétil em direção à ponta do aplicador.

O equipamento de ondas de choque pode emitir ondas focais, que são mais intensas, profundas e direcionadas ao tecido-alvo, ou ondas radiais, que são menos intensas, mais superficiais e divergem ao longo da área de tratamento.

Ainda, é possível classificar as ondas de choque em baixa, média e alta. Assim, favorece-se o campo de ação, uma vez que cada energia atinge estruturas com músculos, tendões e ossos em diferentes profundidades e formas.

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Ondas de choque para tratamento de celulite

De acordo com estudo que submeteu mulheres com celulite a 1000 disparos de ondas de choque na área afetada, uma única aplicação do recurso pode melhorar a aparência estética e diminuir os níveis de plasma malondialdeído, biomarcador do nível de estresse oxidativo. Tal efeito é significativo, uma vez que a celulite está associada à inflamação tecidual e, consequentemente, ao estresse oxidativo, que, em níveis elevados, causa inflamação e citotoxicidade.

Outro benefício conhecido é a melhora do metabolismo tecidual com posterior estímulo da microcirculação por meio da liberação de ácido nitroso e equilíbrio da função celular da permeabilidade. Assim, facilita-se a troca de substâncias e a reorganização da matriz celular.

Por fim, autores sugerem que as ondas de choque têm efeito na celulite devido aos seus efeitos antifibroescleróticos, uma vez que podem diminuir as proteínas carbonilas no plasma sanguíneo. Novamente, cita-se a capacidade das ondas de choque de atenuar o estresse oxidativo, podendo ser usadas na celulite e também no lipedema. 

Parâmetros de aplicação

Para alcançar resultados eficazes em tratamentos de celulite com o uso de ondas de choque, é necessário elencar parâmetros evidenciados pela literatura científica. 

Sendo assim, sugere-se:

  • Frequência: 21 Hz;
  • Dose/pressão: 3,5 bar;
  • Pulsos: 3000 impulsos em um retângulo de 10 x 15 cm.

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