O termo “radiofrequência” deriva da frequência da eletricidade empregada, que se assemelha às ondas de rádio e pode variar de 3 kHz a 300 GHz. Na área da saúde, os estudos têm se concentrado em uma faixa específica, compreendida entre 200 kHz e 40 MHz.
Na Estética, o recurso é elencado com segurança e embasamento científico em uma ampla gama de alterações. No texto de hoje, vamos falar sobre as 3 principais indicações da radiofrequência.
Mecanismos de ação da técnica
A radiofrequência produz correntes eletromagnéticas que fazem com que os tecidos liberem energia térmica controlada.
Em suma, o aumento seletivo e controlado da temperatura do tecido conjuntivo induz danos térmicos e resulta em desnaturação do colágeno, levando a contração das fibras, ativação dos fibroblastos e necrose adipocitária, ocasionando a lipólise de segunda intenção de áreas adjacentes.

Os dispositivos de radiofrequência podem causar efeitos térmicos e atérmicos. Estudos citam, como efeitos térmicos do recurso causados pelo aumento da temperatura local e ativação de proteínas do choque térmico, a contração e o estímulo à síntese de fibras de colágeno. Por outro lado, os efeitos atérmicos referem-se a alterações biológicas através da interação com receptores ou canais de membrana celular.
O seu custo relativamente baixo, aliado ao alto nível de evidência científica que sustenta a sua aplicação, tornam a radiofrequência uma excelente opção de tratamento, tanto na área da estética corporal quanto na facial.
Radiofrequência no rejuvenescimento
Para promover o rejuvenescimento, os principais efeitos fisiológicos estão associados a uma resposta imediata de contração do colágeno e a uma resposta tardia anexa a um estímulo inflamatório controlado. Com isso, tem-se síntese de novas células do sistema tegumentar, promovendo a regeneração e o reparo tecidual.
A parametrização indicada é de frequências mais altas (2,4 MHz), 38 a 42 °C de temperatura-alvo na epiderme, aparelho multipolar e 10 minutos de aplicação (10 cm² de quadrantes).
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Radiofrequência no tratamento de gordura localizada
No tratamento de gordura, a elevação da temperatura corporal gerada pela radiofrequência é capaz de ativar o ramo simpático do sistema nervoso autônomo, liberando, assim, adrenalina e noradrenalina. Com isso, a lipólise é ativada.
Portanto, a via não citolítica é ativada.
Além disso, o aquecimento do tecido adiposo leva à vasodilatação, que gera aumento da perfusão e oxigenação tecidual. Então, a oxidação e o turnover lipídico são potencializados, resultando na diminuição do volume celular dos adipócitos (hipotrofia).
Ainda, tem-se que um campo elétrico interno controlado perpendicularmente à interface pele-gordura é seletivo para aquecimento da gordura. Dessa forma, é capaz de induzir dano térmico letal aos tecidos adiposos subcutâneos, poupando os tecidos sobrejacentes e subjacentes.
Como parâmetros de aplicação, sugere:
- Frequência: 0,6 a 1,2 MHz
- Temperatura-alvo: 38 a 42 °C na epiderme
- Número de polos: Monopolar
- Tempo de aplicação: 10 minutos (10 cm² de quadrante)
Radiofrequência no tratamento de celulite
Os mecanismos de ação da radiofrequência no tratamento de celulite não estão bem elucidados. Entretanto, estudos apontam que a redução do aspecto de celulite pode estar associada à melhora da flacidez tissular; isto é, ao estímulo de colágeno e ao remodelamento que a radiofrequência pode causar devido à inflamação controlada.
Além disso, sugere-se que os efeitos do recurso no tratamento de gordura também resultam em melhora da celulite.
Outro possível mecanismo de ação refere-se ao remodelamento tecidual. Em suma, associar a radiofrequência à vacuoterapia ou endermologia melhora a extensibilidade das fibras de colágeno envolvidas em um possível efeito fibrótico da celulite.
Parâmetros indicados de aplicação em celulite fibrótica:
- Frequência: 0,6 a 1,2 MHz
- Temperatura-alvo: Abaixo dos 38 °C
- Número de polos: Monopolar
- Tempo de aplicação: 10 minutos (10 cm² de quadrantes)
Confira, no vídeo abaixo, um passo a passo de aplicação da radiofrequência. O conteúdo foi retirado do livro Eletroterapia de Precisão Aplicada à Estética, que será lançado em 2025.