Entender a criolipólise, os seus mecanismos de ação, todos os riscos que podem lesar o seu paciente (sim, eles existem e vou te mostrar neste artigo) e principalmente, o que fazer após a aplicação de criolipólise no seu paciente, são tópicos de suma importância para que possamos ter uma prática clínica com respaldo científico.
Se você é um profissional da estética que de fato se preocupa com as suas condutas e principalmente, com o seu paciente, leia este artigo até o final.
O que vamos ver:
- O que é Criolipólise: Entendendo o verdadeiro conceito por trás do recurso.
- O que aplicar de tratamento após a CRIOLIPÓLISE?
- Criolipólise Riscos: O que pode dar errado na aplicação de criolipólise na prática clínica?
O que é Criolipólise: Entendendo o verdadeiro conceito por trás do recurso.
A criolipólise é um aparelho como o nome mesmo remete, que se utiliza do frio para eliminar o acúmulo de gordura localizada. De grande apelo comercial, este recurso pode ser considerado uma das tecnologias mais recentemente desenvolvida para o tratamento estético.
A ideia de que o frio poderia ser interessante para eliminar adipócitos nasce da observação de pesquisadores sobre a paniculite (doença caracterizada por inflamação do tecido adiposo subcutâneo), a partir dos quais podem se compreender que tecidos ricos em lipídios são mais suscetíveis a lesões pelo frio do que tecidos com altas concentrações de água.
Neste sentido, a criolipólise é baseada no fato de que, quando modulamos e controlamos a exposição do sistema tegumentar ao frio, é possível danificar os adipócitos, evitando danos na epiderme e derme (se aplicado corretamente).
Pós Criolipólise: Precisamos conversar sobre isto.
Uma das grandes dificuldades dos profissionais que trabalham com criolipólise é justamente associar outras condutas terapêuticas após a aplicação do aparelho, atualmente, isso gera muita discussão e acontece por dois motivos bem claros.
1 – Baixo nível de evidência científica sobre associação de outros tratamentos com criolipólise
É raro encontrar um artigo científico de boa qualidade e delineamento metodológico mostrando segurança na utilização de outros aparelhos pós criolipólise.
2 – A resposta fisiológica da criolipólise no corpo é demorada
Estudos mostram que a inflamação tem um pico 30 dias após o procedimento e a eliminação efetiva das células adipocitárias vai ocorrer após 120 dias.
Levando em consideração as duas variáveis supracitadas, nada me resta nesta postagem a não ser emitir minha opinião (lembro que isso é um risco, preferia citar aqui bons artigos científicos), mas vou me embasar na fisiologia, área do conhecimento que me dedico a estudar com aplicação desde que ministrei essa disciplina pela primeira vez na Universidade aos 24 anos de idade.
Bom, o que aplicar de tratamento após a Criolipólise?
Na minha opinião nada que venha a ampliar de forma exagerada o processo inflamatório já implementado e nada que venha a inibir essa inflamação que vai durar por dias e dias.
Penso que se utilizarmos tratamentos lesivos ampliamos os riscos de fibrose tecidual e se aplicarmos alguns recursos que tenha cunho anti inflamatório vamos inibir os resultados do tratamento.
Neste sentido, sugiro quatro recursos que em linhas gerais poderiam ser associados com o mínimo de risco:
IMPORTANTE: Antes de aplicar esses aparelhos junto ao tratamento de criolipólise é fundamental estar atento a duas variáveis
- Tempo que vai aplicar esses recursos após a criolipólise
- Parâmetros dos aparelhos
Criolipólise Riscos: O que pode dar errado na aplicação?
Neste tópico serei bem franco e direto, por mais que se tenha evidências científicas e muitos vendam a técnica como um tratamento sem risco. Os riscos existem sim, e são três os principais?
1 – Hiperplasia paradoxal
É uma alteração em que há aumento no volume de tecido adiposo na região onde foi aplicada a criolipólise, ao invés da sua redução. Ocorre normalmente no período de 1 a 6 meses após a realização do tratamento, exatamente no intervalo de tempo onde seriam observados os seus resultados. (Abordo este tema com mais profundidade neste post aqui)
Possível causa: desconhecida.
2 – Queimadura de Pele
São inúmeros os relatos clínicos e também as notícias de pacientes que foram queimados nos mais diferentes graus após a exposição da pele as baixas temperaturas da criolipólise
Possíveis causas: manta térmica de baixa qualidade, aparelho descalibrado, erro na escolha dos parâmetros por parte do profissional, ou ainda, associação equivocada de aparelho no pós criolipólise imediato.
3 – Fibrose e Aderência Tecidual
São ondulações proeminentes que aparecem na região onde foi aplicada a criolipólise, podendo ocorrer em maior ou menor grau. Esta disfunção se traduz na produção de colágeno de forma desordenada e desorganizada, o que leva as alterações de relevo da pele, que podem causar repuxamento e dor ao paciente.
Possíveis causas: aparelho descalibrado, erro na escolha dos parâmetros por parte do profissional, ou ainda, associação equivocada de aparelho no pós criolipólise imediato ou tardio.
Por fim, quero ressaltar que mais estudos devem ser feitos sobre criolipólise para que se tenha ainda mais segurança em sua aplicação, e que sempre, a maior contra indicação de um procedimento estético é a falta de conhecimento por parte de quem vai aplicar.