Eficaz no tratamento de afecções estéticas faciais e corporais, o jato de plasma é um recurso bem elucidado na literatura científica.
No entanto, para obter resultados clínicos de excelência e evitar intercorrências no plano de tratamento, é preciso dominar as indicações e as contraindicações da técnica. É sobre isso que falamos no texto de hoje.
Princípios físicos e respostas fisiológicas
Em suma, o jato de plasma consiste em uma corrente contínua ou pulsada de alta intensidade. O objetivo do equipamento, independentemente do seu tipo (direto, indireto ou híbrido), é formar plasma. O plasma, então, trata-se de um gás parcialmente ionizado que se refere ao quarto estado da matéria.
Quando nos remetemos às respostas fisiológicas geradas pelo recurso, sabe-se que o propósito do jato de plasma é gerar uma lesão no tegumento e estimular uma cascata de cicatrização tecidual através do aumento da proliferação de fibroblastos e da produção de colágeno. A partir disso, ocasiona-se uma regeneração tecidual buscada no tratamento de diversas afecções estéticas.
Indicações do jato de plasma
De modo geral, o jato de plasma promove uma lesão na pele, desidratando a epiderme. A literatura científica descreve tal fenômeno como um “curativo biológico” que resulta na formação de crostas e na descamação da região de tratamento. Assim, possibilita-se a formação de um novo tecido.
Compreendendo os efeitos fisiológicos gerados pelo jato de plasma, entende-se, então, em quais casos o equipamento é indicado.
Em síntese, tem-se, como principal indicação do jato de plasma, o tratamento de ptose palpebral, resultando em uma blefaroplastia não cirúrgica. Com a aplicação do recurso, a lesão gerada promove estímulo fibroblástico e a síntese de colágeno e elastina.
Ainda, o equipamento tem indicação para o tratamento das seguintes condições estéticas:
- Manchas senis
- Rugas ou rítides
- Estrias
- Flacidez tissular
- Ceratoses actínicas
- Cicatrizes hipotróficas de acne
- Envelhecimento cutâneo
- Xantelasmas, siringomas, verrugas, nevos e fibromas
- Lesões benignas (nesse caso, deve-se atentar ao diagnóstico para evitar a aplicação em lesões malignas)
Ademais, os pigmentos de tatuagens e de micropigmentação podem ser parcialmente removidos, também, com o uso de jato de plasma.
LEIA TAMBÉM: Correntes excitomotoras: indicações e parâmetros
Contraindicações do jato de plasma
Em suma, o recurso é contraindicado em:
- Pacientes gestantes
- Mulheres no período de lactação
- Indivíduos com histórico de alterações cicatriciais, em especial queloide e cicatrizes hipertróficas
- Pacientes que fizeram uso de isotretinoína nos últimos 6 meses
- Portadores de marca-passo e/ou implante metálico na região de tratamento
- Pacientes com melasma, rosácea ou herpes ativa
- Indivíduos com histórico de epilepsia
- Presença de neoplasia
- Pacientes com diabetes descompensada
Outro risco já bem documentado é a aplicação em pacientes que apresentam fototipos V e VI e em peles bronzeadas, uma vez que a técnica pode ocasionar hipopigmentação ou hiperpigmentação pós-inflamatória.
É, ainda, importante estar atento à presença de doenças inflamatórias do sistema tegumentar e de infecções ativas, já que o jato de plasma pode exacerbar a inflamação.