Estudar com base em evidências científicas, apesar de fundamental a todos que buscam entregar resultados eficazes na prática estética, pode não ser uma tarefa tão fácil diante da imensidade de dados tão facilmente disponíveis e da discrepância de opiniões entre profissionais que atuam na Estética. 

Frente a isso, eu trago 3 dicas de estudos que podem auxiliar na sua busca por conhecimento científico.

Prefira pesquisas do topo da pirâmide da evidência científica

Não são poucos os artigos científicos aos quais temos acesso. Porém, em quais podemos confiar? A procedência da pesquisa deve ser uma das principais preocupações de quem busca estudos na Estética. 

Na pirâmide abaixo encontram-se as categorias que podem enquadrar os artigos e a sua relevância: quanto mais próximo do topo, maior o nível de evidência.

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Revisões sistemáticas

Na hora de pesquisar um tema, é comum nos depararmos com resultados contraditórios. Para evitar tais controvérsias, surgem as revisões sistemáticas. Aqui, nos referimos aos estudos que analisam todos os artigos já publicados sobre determinado assunto até o momento, objetivando responder a uma questão específica. 

Trata-se, portanto, dos estudos com maior relevância, uma vez que analisam criticamente as produções científicas já existentes e, consequentemente, trazem resultados mais confiáveis.

Ensaios clínicos randomizados

Nesta categoria, temos a análise comparativa de resultados entre grupos de seres humanos, abrangendo grupo controle, grupo experimental e grupo intervenção. Refere-se a um estudo que inclui uma intervenção distribuída, pelo investigador, de forma aleatória por meio da randomização.

Estudos de coorte

De modo geral, estudos de coorte investigam dois grupos de pessoas: um que está exposto a determinados fatores ou que tem características relevantes para a pesquisa, e um que não está exposto a esses mesmos fatores nem apresenta as características de análise.

Consequentemente, determina-se a relação entre a exposição e o desenvolvimento de afecções, por exemplo.

Estudos de caso-controle

Aqui, temos uma investigação entre quem apresenta a afecção que é o alvo da pesquisa (casos) e quem não a tem (controle). Por meio disso, determina-se a existência, ou não, de uma associação causal entre os fatores de risco e a condição clínica.

Relato de caso/série de caso

A categoria relato de caso/série de caso busca descrever, de forma organizada e detalhada, a evolução da patologia, do tratamento elencado e dos resultados obtidos.

Trata-se de um estudo mais comum em casos de afecções raras, e é, então, conduzido em um menor grupo de pacientes.

Estudos in vitro, com animais e opinião dos experts

A investigação in vitro é realizada fora do organismo humano, em células feitas em ambientes controlados. Portanto, os resultados obtidos podem ser diferentes em seres humanos.

Os estudos com animais, por sua vez, são aplicados em espécies com respostas fisiológicas semelhantes às dos seres humanos. Em síntese, a análise realizada é quanto aos efeitos medicamentosos ou de procedimentos terapêuticos e a evolução da afecção.

Em relação à opinião dos experts, temos a definição de decisões, por parte dos profissionais, em decorrência do conhecimento adquirido e da experiência clínica.

Entenda como avaliar um periódico

Os periódicos são compostos, acima de tudo, por artigos científicos. A sua avaliação é feita pelo Qualis, um índice que varia de A1 a C: A apresenta o melhor nível de evidência científica.  Para garantir qualidade no estudo, indica-se que a publicação tenha avaliação mínima de B1.

Consultar a classificação do periódico é simples: basta acessar a plataforma Sucupira e preencher os dados requisitados.

Busque nas melhores bases de dados

Para encontrar artigos relevantes, é preciso apostar em boas bases de dados. 

Nos meus estudos científicos, eu aposto em quatro principais bancos: PubMed, Scielo, Bireme e Trip Medical Database. Este último é, atualmente, o principal alvo das minhas pesquisas.

No Trip Medical Database, estudar se torna ainda mais simples: ao pesquisar o tema desejado, recebemos um mapa de calor acerca da relevância científica da pesquisa. Veja, abaixo, o resultado de uma busca sobre gordura:

Dica bônus: Prepare-se para o momento de estudos

Ao longo dos meus anos de estudo e docência, eu entendi que criar uma rotina de aprendizagem é o ponto-chave para tornar esse momento verdadeiramente produtivo. 

Para isso, é necessário, primeiramente, entender a relevância desse processo na sua vida profissional e pessoal. Compreender esse porquê traz motivação e sentido a qualquer atividade que nos propomos a fazer.

Além disso, sugiro que você delimite um objetivo claro: “nesta hora de estudo, quero dominar o funcionamento do recurso X”, e também tente se manter longe das redes sociais para evitar distrações. 

Outro aspecto importante é você se sentir bem durante os estudos. Sei que nem sempre as condições serão favoráveis, mas, se possível, prepare também o espaço para esse ‘ritual’: música (ou silêncio total), luminosidade que afaste o sono, postura corporal que evite dores e etc.  

Conclusão

O acesso ao conhecimento tem crescido cada vez mais: o que antes era possível somente por meio de boas enciclopédias tornou-se viável com poucos cliques. Porém, é preciso diferenciar informação de conhecimento; afinal de contas, nem tudo que encontramos online é, de fato, relevante para o nosso crescimento profissional. 

A dica que eu deixo é: aposte em bases de dados confiáveis e metodologias comprovadas para embasar os seus estudos em Estética e, consequentemente, entregar os melhores resultados aos pacientes.

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