As imagens de antes e depois são, especialmente nas redes sociais, o principal ativo de marketing de profissionais da Estética. Afinal, é o modo mais direto de comprovar a capacidade de entregar resultados

No entanto, para que a avaliação seja correta e para que a exposição do sucesso no tratamento seja fidedigna, é preciso que a fotografia siga alguns padrões na coleta das imagens. Justamente por ser inerente à prática clínica, esse tipo de estratégia deve ser pautada pela ética e pelo respeito ao paciente e às diretrizes de conselhos profissionais.          

Por isso, neste texto, eu trago 5 cuidados que o profissional da Estética deve ter ao registrar imagens, garantindo, assim, precisão nos resultados obtidos.

Manejo do paciente

A composição da imagem e a posição do paciente são partes fundamentais da fotografia clínica, tendo suas variáveis alteradas conforme a área de tratamento.

Registro na avaliação facial

Para a qualidade do registro fotográfico, deve-se analisar o paciente e eliminar elementos que possam chamar a atenção, como brincos e piercings. Remover a maquiagem e solicitar que a paciente mantenha o cabelo preso, por meio de faixas ou toucas, também são práticas que conferem maior exatidão à fotografia.

Além disso, as posições de cabeça e pescoço devem ser naturais e fixas, mantendo uma expressão neutra — exceto em casos de avaliação para aplicação de toxina botulínica, por exemplo.

Registro na avaliação corporal

A forma do corpo é modificada de acordo com o posicionamento do paciente. Para registro corporal, os braços devem ser mantidos de forma similar em todas as fotos: em 90°, ao longo do corpo, ou flexionados com cotovelo rodado de forma externa.

A projeção do abdômen do paciente também é um ponto que merece atenção: indica-se retroversão de cintura pélvica e retificação da lombar. A falta de cuidado nesse ponto pode ser interpretada como má-fé, uma vez que a fotografia não corresponderia à realidade.

Paciente em retroversão de cintura pélvica e retificação da lombar

Além disso, o vestuário do paciente deve permanecer o mesmo no antes e no depois.

Posicionamento entre paciente e câmera

O posicionamento entre paciente e câmera também é decisivo no registro de antes e depois. É indicado que o profissional faça uma marca no chão, no local em que o paciente se posicionou na primeira foto, para que a mesma distância seja reproduzida na reavaliação.

Ainda, a câmera deve ser mantida na altura dos olhos do paciente, a fim de evitar que ele fique com um aspecto “achatado” ou “alongado”, o que compromete a visualização. Faça uso de tripé para garantir firmeza no registro e padronize a sua posição, também.

Iluminação

Controlar a iluminação da clínica pode ser um processo um tanto quanto difícil, já que é comum a presença de luminárias (luzes artificiais) que geram sombras onde há estruturas faciais proeminentes, como nariz e queixo.

Para melhorar esse aspecto, sugere-se o uso do flash. Lembro, porém, que o disparo deve ser padronizado (se utilizar uma vez para o paciente, aposte nele sempre).

Além disso, caso o paciente compareça à consulta em momentos distintos do dia, a incidência de sol também irá alterar o resultado final. Portanto, opte pela fotografia em salas sem janela, evitando luzes naturais que modificam o antes e depois.

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Fundo neutro

No registro fotográfico, o enquadramento deve abranger quase todo o espaço do visor da máquina. Fora isso, a imagem deve ter apenas um fundo de cor neutra para dar destaque apenas ao rosto ou corpo do paciente. 

As cores mais elucidadas na literatura científica, para fins de registro de antes e depois em Estética, são a preta e a branca.

Registro com câmera fotográfica

A tendência das câmeras de celular é de reconhecer as condições do ambiente e compensar a iluminação; trata-se do modo automático. Com ele, as “imperfeições” da pele são corrigidas, principalmente quando tratamos de discromias. Porém, esse não é um efeito que buscamos na hora de registrar antes e depois em tratamentos estéticos, já que precisamos visualizar todos os aspectos da pele do paciente.

Por isso, a dica é: opte por uma câmera fotográfica e a configure em modo manual, ajustando fatores como ISO, abertura do diafragma e velocidade do obturador. Caso não possa adquirir uma câmera no momento, também é possível fazer download de aplicativos que oferecem resultados interessantes, como o Lightroom

 Ao instalar esse aplicativo, quando você aciona a câmera do seu celular, é possível optar pelo ‘modo profissional’, ajustando os parâmetros encontrados em equipamentos profissionais.

Segurança do paciente em 1º lugar!

Outro ponto que torna o uso de smartphone para registro de antes e depois uma prática não indicada é a segurança do paciente. Afinal, as imagens contêm dados pessoais de quem está em tratamento estético e, por isso, devem permanecer somente em ambiente clínico. 

Em caso de furto do celular, por exemplo, os registros fotográficos ficam em posse de pessoas que podem fazer mau uso do conteúdo. Sem contar, ainda, o risco de perder os registros de evolução do tratamento devido ao mau funcionamento do aparelho. 

A ética é um dos pilares que norteiam a nossa profissão. Por isso, priorize sempre o bem-estar de quem apostou nos seus serviços.

Conclusão

O registro fotográfico é fundamental na Estética, especialmente no que se refere ao acompanhamento do quadro clínico do paciente.

Como vimos, a padronização é fundamental para garantir informações corretas. Espero que essas informações sejam úteis na sua prática clínica. 

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