A toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, é um dos procedimentos estéticos mais utilizados em tratamentos de rejuvenescimento. A técnica consiste na aplicação de injeções nos músculos faciais; com isso, impede a sua contração e suaviza as rugas e linhas de expressão.

No entanto, para entregar resultados eficazes e seguros, é preciso dominar os processos de envelhecimento, os mecanismos de ação do recurso e, ainda, as suas formas de aplicação.

Os 4 Rs do envelhecimento

Em protocolos de rejuvenescimento, pode-se trabalhar com o conceito dos 4 Rs. 

Relaxar o músculo

Quando há um nível elevado de contração muscular, uma ruga que inicialmente é dinâmica pode, com o tempo, tornar-se uma ruga profunda. Por isso, o relaxamento adequado do terço superior da face é essencial para promover o rejuvenescimento; é nesse processo que a toxina botulínica se mostra eficaz.

Recuperar o volume

O envelhecimento facial está diretamente relacionado à perda de volume cutâneo. Portanto, o segundo “R” do rejuvenescimento diz respeito à restauração desse volume, especialmente quando consideramos a perspectiva tridimensional do processo de envelhecimento.

Em pacientes que já apresentam reabsorção óssea ou redistribuição dos compartimentos de gordura, a recuperação de volume torna-se um passo essencial para devolver harmonia, projeção e sustentação ao rosto.

Renovar a pele

Os peelings químicos são fundamentais no processo de renovação da pele. Contudo, o uso de ácidos deve ser conduzido com equilíbrio. Os queratolíticos, como o ácido retinoico e o salicílico, quando utilizados de forma excessiva, podem levar à aceleração do envelhecimento tegumentar.

No entanto, se aplicados com prudência, os peelings químicos promovem o reequilíbrio do manto hidrolipídico e aumentam a permeabilidade cutânea, favorecendo a penetração de ativos e contribuindo para uma pele mais saudável e funcional.

Reposicionar o tegumento

Recursos como a radiofrequência, o ultrassom focalizado e o jato de plasma têm a capacidade de reposicionar estruturas do sistema tegumentar, favorecendo a firmeza e a sustentação dos tecidos. 

Toxina botulínica no rejuvunescimento

O envelhecimento humano é um processo natural que costuma ser visível, primeiramente, na derme, que gradualmente apresenta degradação de suas estruturas.

A formação de rugas resulta de fatores intrínsecos e extrínsecos. No entanto, a sua origem está frequentemente associada à atrofia de componentes do sistema tegumentar e à contração repetitiva da musculatura subjacente. Pensando nisso, a toxina botulínica, ao ser aplicada em doses específicas em músculos hiperativos, promove seu relaxamento, suavizando a superfície cutânea e reduzindo a aparência das rugas.

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Aplicação da toxina botulínica

Primeiramente, a escolha do volume da seringa deve ser feita de acordo com a quantidade de neurotoxina a ser administrada. Existem, em suma, modelos de 100, 50 e 30 unidades, cada um com escalas de graduação específicas: na seringa de 100 unidades, a marcação é de 2 em 2 unidades, enquanto nas seringas de 50 e 30 unidades, a graduação ocorre de 1 em 1 unidade.

Embora não exista um protocolo único para a aplicação da toxina botulínica, recomenda-se que o profissional organize adequadamente o ambiente clínico e posicione o paciente de forma confortável para a marcação dos pontos de aplicação e execução da técnica. 

No momento da aplicação, realiza-se uma preensão suave do tegumento juntamente com o músculo subjacente. A agulha deve ser inserida lentamente, com o bisel orientado para a abertura de uma unidade pilossebácea. Somente após o correto posicionamento da agulha é que a solução deve ser injetada de forma lenta e controlada no local planejado.

Contraindicações e efeitos adversos da toxina botulínica

O uso da toxina botulínica é contraindicado em pacientes que apresentam doenças pré-existentes do neurônio motor, como miastenia gravis, síndrome de Eaton-Lambert e algumas neuropatias.

Além disso, é indispensável avaliar a integridade das estruturas anatômicas no local da aplicação, bem como verificar o histórico do paciente quanto a possíveis reações adversas à própria toxina ou à albumina presente na formulação.

Outras contraindicações importantes incluem, por exemplo, gestantes e lactantes; pacientes imunocomprometidos; histórico de formação de queloides; expectativas irreais em relação aos resultados do tratamento.

Quanto aos efeitos adversos, podem ocorrer dor, eritema, edema, equimose, cefaleia, náuseas e hiperestesia de curta duração. Em casos menos frequentes, observam-se sintomas semelhantes aos da gripe, fadiga, mal-estar ou erupções cutâneas em áreas distantes do ponto de aplicação. Essas reações costumam ser leves, transitórias e, além disso, podem ser prevenidas com uma técnica adequada.

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