A microdermoabrasão é um recurso bem difundido no meio da Estética por apresentar bons níveis de evidência científica tanto na área de facial quanto na de corporal.
Mas em quais casos a técnica é indicada? Quais são as suas possíveis intercorrências? E como parametrizar de modo a entregar os melhores resultados?
Para potencializar a tua prática clínica, eu separei os principais pontos acerca do peeling físico.
O que é a microdermoabrasão?
A microdermoabrasão é um peeling físico que popularizou-se na década de 80 e é, atualmente, uma das principais técnicas de desgaste superficial do tegumento.
Basicamente, trata-se de um gerador simultâneo de pressão positiva e negativa que objetiva provocar erosão nas camadas da epiderme. Os aparelhos se dividem em dois tipos: peeling de diamante e peeling de cristal.
- Peeling de diamante: É um equipamento que possui muitas lixas com diversas granulometrias e diâmetros. A lixa é acoplada na caneta, e essa é ligada a um vácuo.
- Peeling de cristal: O equipamento manda os cristais até a ponteira e faz a sucção por um outro compartimento, trazendo o efeito abrasivo no tratamento.
As respostas fisiológicas dos peelings de diamante e de cristal são muito semelhantes.
Efeitos fisiológicos
De acordo com a forma de aplicação, a microdermoabrasão pode ter diferentes efeitos fisiológicos.
A técnica pode ser elencada com o objetivo de apenas retirar uma parte do estrato córneo sem gerar lesão no tegumento, ou, então, promover uma lesão controlada na epiderme, resultando em uma resposta inflamatória que leva ao aumento da proliferação de fibroblastos e da produção de colágeno. Assim, tem-se posterior regeneração do tecido.
Um dos principais efeitos do peeling físico, porém, é facilitar a permeação transdérmica de ativos devido à remoção de parte do estrato córneo.
Indicações
Considerando as respostas fisiológicas geradas pela microdermoabrasão, quando falamos em afecções cuja apresentação clínica envolve alteração do relevo da pele, a técnica é bem-vinda. É o caso de:
- Rugas ou rítides
- Cicatrizes hipotróficas de acne
- Estrias cutâneas
Além disso, quando aplicada com o objetivo de retirar parte do estrato córneo sem inflamar o tegumento, a microdermoabrasão é indicada para:
- Tratamento de melasma
- Limpeza de pele
No tratamento de melasma, o recurso remove parte do estrato córneo que já está pigmentado, atuando na terceira via da melanogênese. Porém, seu principal efeito ainda está no aumento da permeação transdérmica de ativos.
Parâmetros de aplicação
Os parâmetros devem ser elencados de acordo com o objetivo do tratamento. Quando buscamos promover o rejuvenescimento e para o tratamento de estrias e de cicatrizes hipotróficas de acne, é preciso gerar uma inflamação controlada. Por isso, elencamos:
- No mínimo – 300 mmHg
- Até 8 passadas
- Aplicação em asterisco ou ida e volta
Por outro lado, quando queremos apenas remover parte do estrato córneo para aumentar a permeação transdérmica de ativos sem, no entanto, promover um processo inflamatório, sugiro:
- No máximo -200 mmHg
- 2 passadas leves
Na limpeza de pele, a microdermoabrasão até mesmo facilita a extração.
Intercorrências
Como qualquer recurso, a microdermoabrasão apresenta alguns possíveis efeitos adversos. Dentre eles, cito:
- Infecção, já que a remoção de parte do estrato córneo facilita a entrada de patógenos no organismo
- Lesão descontrolada, risco que temos ao associar o recurso a alguma técnica lesiva
- Hiperpigmentação pós-inflamatória
Ressalto que, atentando aos cuidados com a biossegurança e seguindo os parâmetros de aplicação, pode-se, assim, garantir uma aplicação segura.
Conclusão
Considerando a prática baseada em evidências, a microdermoabrasão oferece bons resultados clínicos e baixo risco de gerar efeitos adversos quando comparada a outras técnicas.
Por isso, trata-se de uma excelente opção quando buscamos aumentar a permeação transdérmica de ativos ou estimular a regeneração tecidual.
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