Nas clínicas de Estética, existem dois recursos com respostas fisiológicas semelhantes, porém, que atuam por meio de mecanismos distintos: o jato de plasma e o eletrocautério.

Mas o que difere as técnicas? Qual traz mais segurança à prática clínica? Hoje, eu trago alguns insights sobre esses aparelhos de eletroterapia.

Jato de plasma

Caracterizado como uma corrente contínua ou pulsada de alta intensidade, o jato de plasma é um recurso que, independentemente de ser direto, indireto ou híbrido, forma plasma (gás parcialmente ionizado que se refere ao quarto estado da matéria). 

O objetivo do equipamento de eletroterapia é, de acordo com a energia elencada, gerar uma lesão tegumentar controlada e, assim, estimular uma cascata de cicatrização decorrente do aumento da proliferação de fibroblastos e da produção de colágeno. 

O resultado, então, é a regeneração tecidual

Indicações 

O caráter regenerador do jato de plasma o torna uma opção para tratamento de estrias e para o rejuvenescimento. Porém, o recurso tem risco de gerar hiperpigmentação pós-inflamatória; por isso, é mais indicado optar por técnicas como microagulhamento ou microdermoabrasão, uma vez que essas reduzem as chances de intercorrências. 

Atualmente, a principal indicação do jato de plasma é para tratamento de ptose palpebral.

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Contraindicações

O jato de plasma pode ser aplicado em algumas hiperpigmentações, como melanoses solares e efélides. No entanto, a aplicação desse recurso para o tratamento de melasma é contraindicada; afinal, o calor é um dos principais gatilhos dessa afecção.

Além disso, não é indicado o uso do jato de plasma em caso de:

  • Pele extremamente flácida;
  • Feridas;
  • Inflamações;
  • Lesões no tecido;
  • Tendência a queloide;
  • Pacientes com herpes (é preciso haver um tratamento multidisciplinar com ativos orais e pomadas);
  • Pacientes em uso de isotretinoína, diabéticos descompensados, em uso de anticoagulantes (há influência na cicatrização), com alguma aplicação de metal, epiléticos, gestantes, lactantes e bronzeados;
  • Fototipos IV e V (há alta incidência de hipocromia);
  • Histórico de má cicatrização. 

Forma de aplicação

Há diferentes formas de aplicar o jato de plasma. A mais indicada, especialmente quando o assunto é ptose palpebral, é a fulguração. Nela, a aplicação é feita de ponto em ponto, permitindo que ocorra um corte lesional mais profundo.

Produz-se, assim, o que chamamos de ancoragem; isto é, pontos de lesão em forma de triângulo.

Ressalto que não deve-se realizar pontos muito profundos e próximos, uma vez que a proximidade excessiva faz com que as feridas geradas se juntem e formem uma só crosta.

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Eletrocautério

Com o objetivo de promover uma lesão controlada no tegumento, o eletrocautério é um equipamento de corrente alternada de baixa intensidade que gera um jato de energia elétrica.

Apesar de produzir respostas semelhantes às do jato de plasma, um grande “porém” do eletrocautério é o fato de que a quantidade de energia que chega ao tecido-alvo não tem como ser controlada

Quando nos voltamos à prática clínica, o perigo disso é que, não podendo controlar a emissão de energia, tornam-se maiores os riscos de gerar uma lesão descontrolada. Além disso, ainda são poucas as pesquisas que temos acerca da técnica.

Conclusão

A principal premissa da prática clínica é a entrega de resultados seguros através de recursos já consolidados na literatura científica. 

É claro que novos estudos podem surgir a qualquer momento, e sabemos, também, que o saber científico está em constante transformação. Apesar disso, e considerando o risco-benefício das técnicas, o jato de plasma, por sua eficácia no tratamento de ptose palpebral, é, atualmente, o recurso mais adequado. 

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