A fototerapia é um recurso já consolidado na Estética, principalmente para tratamentos na área de facial.

Porém, diante de tantos equipamentos disponíveis no mercado, escolher o mais adequado para a sua clínica pode ser um processo desafiador. Por isso, eu reuni algumas dicas do que você deve ter em mente ao investir em aparelhos de laser ou LED.

Laser x LED

Em primeiro lugar, é importante entender quais são as diferenças entre os aparelhos de fototerapia.

  • Laser: trata-se de um aparelho capaz de produzir luz coerente e monocromática. A energia emitida atinge o tecido de forma focal.
  • LED: produz luz não coerente e não colimada, e a energia atinge o tecido de maneira difusa. A luz produzida é policromática.

LEIA TAMBÉM: Peeling: 7 perguntas e respostas para você se preparar para os tratamentos de inverno

Efeitos da luz azul

A luz azul, quando aplicada por volta de 460-470 nm, tem efeito bactericida bem elucidado na literatura científica. 

Por inibir a proliferação bacteriana, a fototerapia nesse comprimento de onda é eficaz no tratamento de afecções cuja fisiopatologia envolve a presença de bactérias, como é o caso da acne e da rosácea.

Acne

Em quadros acneicos, a luz azul promove a excitação de grandes quantidades de coproporfirinas III, que são produzidas e armazenadas pelo Cutibacterium acnes (C. acnes). Quando entram em contato com a irradiação da luz visível, as porfirinas se agitam e liberam o oxigênio singlete; esse, então, se combina com as membranas celulares, dizimando o C. acnes

Rosácea

A fisiopatologia da rosácea é caracterizada, dentre outros fatores, pela presença dos micro-organismos Demodex folliculorum e Staphylococcus epidermidis, que ativam TLTR2. Esse, por sua vez, inicia a sinalização para um aumento na atividade de calicreína 5 (KLK5). A luz azul, nessa afecção, atua como moduladora de KLK.

Efeitos da luz vermelha

Aplicada por volta dos 600 nm, a luz vermelha tem ação anti-inflamatória, e ainda é capaz de aumentar a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno. Portanto, é eficaz no tratamento de acne, rosácea, melasma e estrias, e também para promover o rejuvenescimento. 

Estudos ainda apontam que a luz vermelha fornece energia a nível mitocondrial; logo, pode ser eficaz no tratamento de alopecia.

Acne

No tratamento de acne, a luz vermelha afeta a secreção sebácea das glândulas e exerce efeitos moduladores nas citocinas de macrófragos e outras células, reduzindo a inflamação.

Estrias

Nesta afecção, a fototerapia por volta dos 600 nm promove o aumento do metabolismo, a proliferação e maturação celular, a quantidade de tecido de granulação e a minimização dos mediadores inflamatórios.

Rejuvenescimento

A luz vermelha tem a capacidade de aumentar a microcirculação e a perfusão vascular na pele. Além disso, altera o PFGF (fator de crescimento derivado de plaquetas), o TGFB1 (fator de crescimento transformante), a inibição da apoptose e, então, resulta no aumento da proliferação de fibroblastos e da produção de colágeno.

Atenção: caso busque promover o rejuvenescimento, fuja da luz azul. Afinal, estudos apontam que a fototerapia aplicada por volta dos 460-470 nm, dependendo da dosagem, pode inibir a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno.

Rosácea

Antes de mais nada, a rosácea é definida como um distúrbio inflamatório crônico desencadeado por alguns gatilhos, como calor, exposição à radiação ultravioleta, alimentos picantes, etc.

Tendo em vista a presença de inflamação, os efeitos anti-inflamatórios da luz vermelha têm grande eficácia no tratamento da afecção.

Melasma

No tratamento de melasma, pesquisas in vitro sugerem que a luz vermelha inibe a síntese de melanina via tirosinase, já que diminui a expressão das proteínas tirosinase, TYRP1, DCT e MITF.

A fototerapia pode ser uma boa coadjuvante nessa afecção, mas precisamos de mais pesquisas que sustentem a sua aplicação de forma segura e entregando resultados eficazes.

DICA DE LEITURA: Como se destacar no TikTok sem fazer dancinha

Parâmetros de aplicação

Para garantir a entrega de resultados eficazes, atente aos seguintes parâmetros ao utilizar a fototerapia:

  • Comprimento de onda: os efeitos gerados no tegumento e a cor da luz emitida são definidos pelo comprimento de onda do aparelho. Quanto maior for o comprimento de onda, maior será a profundidade de energia atingida no tecido.
  • Potência: é a densidade de potência ou energia recebida por unidade de superfície da pele (W/cm²), definindo a rapidez de entrega da dose no tecido: quanto maior for a potência, menor será o tempo. O parâmetro pode ser conferido na parte de trás do aparelho ou na manopla. 
  • Dose: trata-se da fluência ou quantidade de energia recebida no tecido-alvo (J/cm²).
  • Tempo: é dose-dependente.

Conclusão

Frente ao grande número de aparelhos de eletroterapia disponíveis no mercado, lembre-se que são os parâmetros e as indicações do recurso que devem nortear na hora de escolher um recurso de fototerapia.

Então, preste atenção ao comprimento de onda e à dose, e escolha um aparelho cuja potência entrega a energia em um tempo razoável.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here