As evidências científicas comprovam que o ultrassom, definido como um aparelho emissor de ondas sonoras, é um dos recursos com maior nível de eficácia e segurança na prática estética corporal. 

Mas a entrega de resultados depende, dentre outros fatores, do conhecimento acerca dos efeitos que a técnica promove no tegumento e das parametrizações. 

Por isso, separei alguns insights acerca do ultrassom que podem te auxiliar na prática clínica. 

Entendendo o ultrassom

Nos aparelhos de ultrassom, a frequência e a intensidade são os principais parâmetros de aplicação.

  • Frequência: É caracterizada pelo número de ciclos de ondas completados a cada segundo, determinando a profundidade que a onda atinge no organismo. A frequência é dada em Hz e atua de forma inversamente proporcional: menores frequências atingem maiores profundidades, e vice-versa. Logo, aparelhos de 1 MHz atingem profundidades maiores do que os de 3 MHz.
  • Intensidade: Aqui, estamos tratando da quantidade de energia emitida no organismo, e o parâmetro é dado em W/cm². Para definir a intensidade, é preciso levar em conta a finalidade de aplicação e a atenuação das ondas sonoras nos tecidos superficiais (como a pele), uma vez que a dose deve atingir o tecido-alvo.
Imagem retirada do livro “Raciocínio Clínico Aplicado à Estética Corporal

Efeitos e parâmetros do ultrassom

Na Estética, o ultrassom tem eficácia respaldada pela literatura científica na área de corporal, com foco no tratamento de gordura, celulite e flacidez

Porém, uma entrega de resultados eficaz exige domínio dos efeitos do recurso nas diferentes afecções e dos parâmetros ideais para cada caso. 

Gordura

Basicamente, as vibrações das ondas longitudinais são capazes de gerar gradientes de pressão e, com isso, levar a alterações fisiológicas. 

Nesta afecção, o ultrassom aumenta a permeabilidade da membrana adipocitária e os níveis de norepinefrina; ou seja, promove lipólise. 

Para ter bons resultados, sugiro a parametrização do aparelho em modo contínuo.

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Celulite

Aqui, é preciso considerar os tipos de celulite. 

Na celulite inflamatória, a fisiopatologia envolve edema e hipertrofia do tecido adiposo. Por isso, indico parametrizar o ultrassom em modo pulsado 5%, uma vez que, assim, o recurso minimiza o processo inflamatório.

Já no tratamento de celulite fibrótica, em função da diminuição de vascularização e produção excessiva de tecido, o ultrassom deve ser parametrizado em modo contínuo. Dessa forma, o recurso promove a síntese-lise, remodelando a fibra de colágeno.

Flacidez

A flacidez é uma afecção causada por fatores como tração excessiva e envelhecimento fisiológico, além da predisposição genética.

O ultrassom é capaz de otimizar a regeneração tecidual, uma vez que promove aumento de fibroblastos e de fibras de colágeno quando parametrizado no modo pulsado, mais precisamente a 10%.

Dica: em todas as afecções acima citadas, caso o objetivo terapêutico não seja gerar estresse oxidativo, não ultrapasse a dose de 1,5 W/cm².

Aposte na fonoforese

Para potencializar a entrega de resultados com o ultrassom, invista na fonoforese

Basicamente, a técnica consiste em substituir o gel puro — que é usado na aplicação para que a onda se propague — por um gel com princípio ativo, uma vez que a corrente acústica direciona o ativo ao tecido-alvo.

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