De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, houve um aumento de 7,4% nos procedimentos cirúrgicos realizados em 2019. Do total de intervenções, 13,1% foram realizadas no Brasil, país que fica atrás somente dos Estados Unidos. Frente a essa alta incidência, os cuidados no pós-operatório são indispensáveis.

Por isso, trago 5 dicas sobre condutas estéticas que exercem papel fundamental na hora de recuperar o tecido após a cirurgia plástica.

Atente ao processo de cicatrização

No pós-operatório, o primeiro ponto que merece atenção profissional é a cicatrização do tecido

Segundo a literatura científica, a cicatrização passa por quatro processos: homeostasia, inflamação, regeneração e remodelamento. É atentando às características de cada uma dessas fases que devemos definir as condutas terapêuticas a serem elencadas.

Minimize o processo inflamatório

Durante a fase inflamatória — caracterizada por dor, edema, rubor, calor e perda de função —, é comum que os pacientes cheguem às clínicas de Estética buscando tratamento. Tendo em vista essas características, a conduta terapêutica deve ser voltada à ideia de minimizar a inflamação.

Dentre os principais recursos capazes de promover esse efeito, destaco a fototerapia. Afinal, o laser de baixa intensidade, quando por volta de 635 nm, tem a capacidade de inibir COX (que é liberada durante o processo inflamatório).

O ultrassom também merece destaque quando o assunto é minimizar a fase de inflamação, característica que se dá devido ao seu potencial de modular células imunossupressoras.

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Reduza o quadro álgico

No pós-operatório, é comum que o paciente relate dor. Nesse caso, as correntes TENS exercem papel fundamental por promoverem a analgesia. 

Porém, após procedimentos cirúrgicos, nem sempre é viável posicionar os eletrodos da maneira convencional. Por isso, a dica que eu deixo é: utilize o mapa de dermátomos para elencar o TENS. 

Em caso de abdominoplastia, por exemplo, em função dos curativos posicionados no abdômen que dificultam o uso das correntes, é possível colocar os eletrodos na região da coluna, seguindo os pontos do mapa. 

Mapa de dermátomos

Otimize a regeneração tecidual

Após a inflamação, o tecido entra na fase de regeneração. Nela, há proliferação — principalmente — de células do tecido conjuntivo e de fibroblastos, e subsequente produção de colágeno para reparar o tecido lesionado.

As microcorrentes, por meio da eletroestimulação com correntes de baixa intensidade e baixa frequência, têm excelente nível de evidência científica para otimizar esse processo, uma vez que aumentam a ATP, a síntese de proteína e a síntese de oxigênio. 

Além disso, as microcorrentes são capazes de aumentar a permeação transdérmica de ativos por meio da iontoforese, potencializando ainda mais a entrega de resultados. 

O ultrassom é outro recurso capaz de otimizar a regeneração tecidual, uma vez que promove aumento de fibroblastos e de fibras de colágeno quando parametrizado no modo pulsado. Os seus efeitos ainda podem ser potencializados através da fonoforese, em que o gel puro é substituído por um gel com princípios ativos; afinal, a corrente acústica é capaz de direcionar o ativo ao tecido-alvo.

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Aposte na drenagem linfática manual

Por meio de uma massagem realizada em direção ao retorno venoso, o principal objetivo da drenagem linfática manual é auxiliar na retirada dos fluidos acumulados entre os espaços intersticiais. Dentre os seus efeitos fisiológicos, temos:

  • Aumento da contratilidade dos linfáticos
  • Aumento da reabsorção de proteínas
  • Melhora da drenagem linfática colateral
  • Estimulação do sistema imunológico
  • Estímulo do movimento dos fluidos corporais, reduzindo o edema
  • Eliminação de resíduos dos tecidos

Porém, ressalto que, caso a cicatrização não esteja na fase da inflamação ou não haja qualquer sinal associado à retenção hídrica, outros recursos podem ter maior eficácia no pós-operatório.

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